Jogo do compasso (Relato)


Era 2007, eu estava no almoço de primeira comunhão da minha vizinha. Adorávamos contar histórias de terror e surgiu a ideia de fazer o jogo do compasso depois da sobremesa.

Estávamos todas as crianças da vizinhança reunidas lá, menos o Antônio, que ninguém gostava por ser o mais "pestinha".
Quando as crianças iam começar a brincar (eu resolvi só olhar), uma menina meio barra pesada disse: - A minha irmã sempre joga isso, mas ela diz que tem que falar o nome de uma pessoa antes de jogar.

De imediato, todas as crianças falaram o nome do Antônio. Depois de repassadas as regras (ninguém deve deixar o círculo, o compasso não deve cair três vezes etc) começaram o jogo, fazendo perguntas bobas de criança.

A menina deixou o compasso cair uma vez... Depois duas... Na terceira vez que caiu, ela jogou o compasso longe e todas as crianças saíram correndo de medo.

Um mês depois, a menina que havia me convidado para a primeira comunhão parou em frente à minha casa e falou: "oi, você sabe o que aconteceu com o Antônio?" Já gelou meu sangue. Acontece que o Antônio estava em uma barragem com a família, tomando banho. E na hora que ele foi voltar para a margem, não quis subir pelo barranco e resolveu fazer a volta no barranco. Lá tinha um poço que estava inundado, ele não viu o poço e acabou caindo lá dentro.

Quando conseguiram chegar nele, já estava boiando sem vida na barragem.

Demorou para eu acreditar, achei que fosse uma piada de mal gosto, até a vizinha do Antônio confirmar a fatalidade. Pode ter sido uma grande coincidência, mas desde lá nunca mais quis jogar ou ficar perto de quem mexesse com isso...

Enviado por Tuani

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